Varfarina
Sensibilidade à Varfarina CYP2C9 / VKORC1
A varfarina (comercializada como “Marevan”) é reconhecidamente efetiva e indicada para a profilaxia e tratamento de trombose venosa e embolia pulmonar, para complicações tromboembólicas associadas com fibrilação atrial e substituição da válvula cardíaca, e posteriormente ao infarto do miocárdio, onde é usada para reduzir o risco de morte, recorrência do infarto e eventos tromboembólicos. Entretanto, o controle da anticoagulação oral é geralmente dificultado pela variabilidade individual quanto as doses requeridas para prevenção adequada. Esta variabilidade se deve a diversos fatores, incluindo-se adesão terapêutica, doenças sistêmicas, interações medicamentosas, dieta, estágio da doença e variações genéticas.
A varfarina é metabolizada por uma enzima hepática do citocromo P450, a CYP2C9, uma enzima que apresenta ampla variabilidade genética na população. As variantes mais importantes são as *2 e *3.nto.
Indivíduos portadores dessas duas variantes (genótipos *2/*2, *2/*3 e *3/*3) apresentam risco dobrado de hemorragia e requerem menor dose do anticoagulante em relação aos indivíduos com alelos selvagens (normais) *1/*1, enquanto que indivíduos com genótipos *1/*2 e *1/*3 (30% da população brasileira) também precisam de atenção na administração da droga.
Polimorfismos no gene VKORC1 (vitamina K epóxi-redutase) também têm sido descritos, sendo que o mais relevante é encontrado na região promotora (1639 G>A).
O teste genético com dois genes que predizem a sensibilidade à varfarina, o CYP2C9 e o VKORC1, pode determinar a maneira mais segura e eficaz de definir a dose da medicação cujo risco de sangramento ou anticoagulação excessiva esteja minimizado.